Valdeck Almeida de Jesus

setembro 12, 2016

A palavra mocambo e os dicionários brancos

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Duque dos Banzos

Por Davi Nunes

quilombo-imagem

O dicionário é o inventário dos signos, a vitrine escritural onde as palavras eleitas estão à vista como roupas sofisticadas nos mostradores dos shoppings centers. Talvez seja isso mesmo, mas nem tanto. Nunca gostei muito das palavras de origem africana no dicionário dos brancos: significados e significantes carcomidos pelo enredar do racismo. Nosso corpo-palavra destroçado por abutres com óculos e títulos a deixarem só ossos, sangue e miséria no terreno das nossas significações.

Falo isso porque sempre gostei de uma palavra, não lembro nitidamente quando foi que a ouvi pela primeira vez, acho que foi com minha falecida avó, Xanda, ela estando na casa da minha mãe, Maria, falou: “Quero dormir no meu mocambo” e me chamou para levá-la à sua casa. A palavra mocambo ressoou nos meus ouvidos com tanta intimidade e poder que pude senti-la por todo o meu corpo e pude conceber toda…

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agosto 8, 2016

Jorge Amado é tema de seminário na Faculdade Social da Bahia

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Acontece dia 01 de setembro de 2016, às 17hs, a mesa redonda “A Cultura Popular na literatura de Jorge Amado”, em comemoração aos 15 anos da Faculdade Social da Bahia e aos 50 anos do Instituto Social da Bahia – ISBA. As inscrições podem ser feitas pelo e-mail pmllbsalvador@hotmail.com até lotação do espaço. Serão fornecidos certificados de participação. O encontro é promovido pela Faculdade Social da Bahia e pelo Plano Municipal do Livro, da Leitura e da Biblioteca de Salvador-BA.
O evento será mediado pelo professor e escritor Aleilton Fonseca e terá participação de Lurdes de Fátima Santos Pinto, Mestre em Literatura pela UFBA e presidente do Plano Municipal do Livro, da Leitura e da Biblioteca – PMLLB; Antônio Carlos Monteiro, Doutorando em Literatura e Cultura pela Universidade Federal da Bahia e Mestre em Estudo de Linguagens pela Universidade do Estado da Bahia; Paulo Dourado, Diretor de Teatro e Professor da Escola de Teatro e da Escola de Música e Artes Cênicas da UFBA.
Mesa Redonda: o nascedouro do século XXI carrega em seu bojo a perplexidade baiana diante do que se julgava eterno: Jorge Amado. Afinal é difícil pensar a Bahia sem ele. O que falar sobre Jorge Amado? Nada do que se diga poderá abarcar o universo de coisas que poderiam ser ditas. Jorge Amado é isso – um mundo, e um mundo que constrói outros mais fascinantes.
A capacidade de envolvimento de sua narrativa é de tal monta que mesmo os mais resistentes a uma literatura se deixam arrastar pelas tramas deste baiano. O escritor, que se denomina apenas como um contador de estórias, realizou uma campanha de marketing cujo alcance extrapola a Literatura e inscreve-se no coração dos baianos e na mente dos brasileiros.
Serviço:
O quê: Mesa Redonda “A Cultura Popular na literatura de Jorge Amado”
Quando: 01 de setembro de 2016, às 17hs
Onde: Auditório da Faculdade Social da Bahia – Avenida Oceânica, 2717- Ondina, Salvador-BA
Quanto: inscrições gratuitas sujeita a lotação do espaço
Informações: pmllbsalvador@hotmail.com
Evento no Facebook: Seminário Jorge Amado

Poeta de Jequié participa de encontro na Colômbia e lança livro

Valdeck_Almeida_de_Jesus_Colombia_2016

O XIV Parlamento Nacional de Escritores da Colômbia e o II Parlamento Jovem acontecem de 24 a 27 de agosto de 2016, em Cartagena das Índias, organizados pela Associação de Escritores da Costa. A Bahia terá o poeta jequieense Valdeck Almeida de Jesus representando o Projeto Fala Escritor e a União Baiana de Escritores – UBESC. O jornalista fará lançamento internacional e leituras de seu livro “Ruta 66: Amores y Dolores de un poeta” (Editora Galinha Pulando, 2011), ilustrado por Daiane dos Santos, traduzido pela venezuelana Gladys Mendía e prefaciado pelo poeta angolano Walter “S”, que apontou nos textos da obra questões sociais, perplexidades da vida, sonhos e realidades cruas de amores, dores e sofrimentos. “Ruta 66” faz alusão ao ano de nascimento do poeta e à Rodovia 66 americana que tem importância histórica, turística e cultural. Amores e dores do poeta são retratadas em poemas e ilustrações, retratando uma verdadeira viagem ao mundo romântico e íntimo de Valdeck Almeida.
Os dois encontros de escritores contam com vasta programação que inclui lançamentos de livros, recitais poéticos, leituras de trabalhos literários, bate papos, debates, além de almoços regados a muita alegria, poesia e literatura. Escritores de 16 países vão render homenagens a Jack London (Estados Unidos), Rubén Darío (Nicarágua) e Alfonso Bonilla Naary (Colômbia), no centenário da morte dos dois primeiros e no centenário de nascimento do último. Como em anos anteriores, o Parlamento continua com sua política de reconhecer o importante e significativo aporte de escritores e escritoras do continente e do país para as letras universais.
O Parlamento Internacional de Escritores de Cartagena, ainda, exaltará a obra dos escritores colombianos José Ramón Mercado  Romero (Ovejas, 1937), Ramón Illán Bacca Linares (Santa Marta, 1938) e Guiomar Cuesta Escobar (Medellín, 1950).
Valdeck Almeida de Jesus é ativista cultural, poeta, jornalista, editor, membro do Conselho Diretivo do Plano Municipal do Livro, da Leitura e da Biblioteca – PMLLB de Salvador-BA, Membro-Fundador do Projeto Fala Escritor e da União Baiana de Escritores – UBESC, participa das academias de letras de Jequié-BA, Teófilo Otoni-MG dentre outras, frequenta os saraus de poesia em Salvador: Sarau da Onça, Sarau do Cabrito, Sarau do Gheto, Sarau da Paz, Sarau das Ruas, Sarau do Gato Preto, Sarau da Praça, Sarau da Juventude Ativista de Cajazeiras – JACA, dentre outros. Site http://www.galinhapulando.com

Homenageados:
RUBÉN DARÍO, poeta nicaraguense, cujo verdadeiro nome era Félix Rubén García Sarmiento, nasceu em Matagalpa, hoje Ciudad Darío, em 18 de janeiro de 1867 e morreu em León em 6 de fevereiro de 1916.
É o representante máximo do Modernismo Literário em língua espanhola e é talvez o poeta que mais tenha influenciado na poesia do século XX no mundo hispânico. Chamado o Príncipe das Letras Castelhanas. Influenciou notavelmente outros poetas como Juan Ramón Jiménez, Antonio Machado y Leopoldo Lugones. É autor de Abrojos. Rimas, Canto Errante, Azul, Lira póstuma.
JACK LONDON – nasceu em 12 de janeiro de 1876 em San Francisco e morreu em 22 de novembro de 1916 em Glen Ellen. Seu verdadeiro nome era John Griffith Chaney. É autor de mais de cem obras, entre elas Colmillo Blanco, La llamada de la Selva, Martín Edén e Lobo de mar, entre outras. Foi militante do partido Socialista Norteamericano. Sua morte, ainda um século depois cria controvérsias, pois para alguns, morreu de uremia, outros dizem que se suicidou, como o personagem de sua novela Martín Edén.
ALFONSO BONILLA NAAR – nasceu em 29 de outubro de 1916 em Cartagena de Indias e morreu em Bogotá, em 28 de dezembro de 1978. Médico, investigador, escritor e humanista. Como médico se destacou principalmente por seus estudos sobre gastroenterologia e investigações sobre o câncer. Foi um dos fundadores do Colegio de Cirujanos de Colombia e da Sociedad Colombiana de Higiene Pública.
Preparou uma Antologia de poesia colombiana junto com Oscar Echeverry Mejía. Presidiu por dois anos a Academia Hispanoamericana de Letras. Entre seus livros publicados estão: Cuentos Impresionantes, obteve menção honrosa no Concurso Nacional del Cuento de 1958; a novela Viaje sin Pasajero, obteve menção no Prêmio ESSO, e La pezuña del diablo, conjunto de relatos marcados na época da Inquisição, com que obteve o Prêmio Hispanoamericano na celebração do cinquentenário dos jogos florais de Quezaltenango, na Guatemala.  Para as crianças escreveu o conto de natal Lucero.
JOSE RAMÓN MERCADO ROMERO, natural de Ovejas, onde nasceu em 19 de março de 1937. Docente, reitor do INEM de Cartagena por mais de três décadas. É autor dos livros El Cielo que me tienes prometido, Agua del tiempo muerto, Agua de alondra, Los días de la ciudad, Agua Erótica e La Casa entre los árboles.
RAMÓN ILLÁN BACCA LINARES – nasceu em Santa Marta em 21 de janeiro de 1938. Advogado, docente e escritor. É autor das novelas Débora Kruel / Maracas en la Ópera / Disfrázate como quieras/ La mujer del defenestrado / y La mujer barbuda. E entre seus contos estão Mariguana para Goering / Tres son tentación / Señora tentación  / e El espía inglés.
GUIOMAR CUESTA ESCOBAR, poeta, editora, Licenciada em Ciências da Comunicação na Universidad Javeriana (1977). Nasceu em Medellín em 1950. Membro correspondente da Academia da Língua colombiana. Autora de várias obras de literatura, entre elas “Mujer América” (1978), “Cábala: círculo madre Tierra” (1989), “Bosque de metáforas” (1991), “Amantes de la lluvia” (1996), entre outras. Em colaboração com Alfredo O campo Zamorano “Concierto de amor a dos voces” (1995).
O Parlamento Nacional de Escritores da Colômbia – atualmente tem delegados em 18 estados e doze países, e é o evento acadêmico e literário de maior qualidade, maior atração entre os intelectuais do país e que realiza a maior projeção de Cartagena para o mundo. Declarado como de “Interesse Cultural” pelo Conselho de Cultura do Distrito de Cartagena, é cofinanciado pelo Instituto de Patrimônio e Cultura de Cartagena, Ministério da Cultura, Câmara de Comércio de Montería, Corporação Universitária (CECAR), Clube União de Cartagena, Almacén La Finca de Magangue e apoio da Universidade de Cartagena, Universidade Jorge Tadeo Lozano, Collage Editores, Universidade UNICOLOMBO, Instituição Universitária de Artes e Ciências de Bolívar (UNIBAC), Instituição Tecnológica “Colégio Mayor de Bolívar”, Casa Museo “Rafael Nuñez”, Casa de Cultura de Cartagena e Restaurante Las Indias.

 

julho 5, 2016

Racismo e Violência Policial fazem mais vítimas na Bahia | Valdeck Almeida de Jesus

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Racismo e violencia na BahiaEm Junho (23), o jornalista Eduardo Machado, a cineasta Larissa Fulana de Tal e os dois amigos Willian Costa e Cida Pereira, aumentaram as estatísticas de homens e mulheres negras vítimas do racismo e da violência policial no estado da Bahia.
Ao saírem da praia do Cantagalo, na Cidade Baixa, e tentarem exaustivamente usar o serviço de táxi de volta para casa, os quatro jovens disseram ser discriminados pelos taxistas, que se negaram a cumprir a corrida, alegando que estes se encontravam em trajes inadequados para a condução. Na última tentativa de conseguirem um táxi, um dos motoristas acionou a polícia militar, após os jovens questionarem seus direitos de fazerem uso de um serviço público e não entenderem a problematização acerca de suas vestes.
A chegada da polícia, que deveria solucionar o problema, acabou por agravar a situação, conduzindo, coercitivamente, dois dos quatro jovens dentro de uma viatura, sem informar…

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janeiro 2, 2016

Carta aberta aos amigos do meu namorado

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Fonte: Carta aberta aos amigos do meu namorado

novembro 8, 2015

POEMINHA BÊBADO

Filed under: Sem-categoria — valdeck @ 8:40 pm

Ótimo!

OSSOS DO OFÍDIO

*

ele chega e me aperta
peito dentro do peito
ao meu pobre coração
fala mais de um segredo
engole a minha saliva
me sequestra um beijo

aí depois vem com desculpas
me diz no outro dia
“é que eu estava bêbado”

ele pula em meu pescoço
me lambe cheiro por cheiro
molha de nicotina
todos os meus pelos
na cama me ama e grita
que é homem e não tem medo

aí depois vem com desculpas
me diz no outro dia
“é que eu estava bêbado”

ele chega em meu ouvido
contorcido de desejo
come o meu rabo o bandido
me humilha de joelhos
clama assim que eu chupe
cada um de seus dedos

aí depois vem com desculpas
me diz no outro dia
“é que eu estava bêbado”

seu merda filho da puta
desculpas deste tipo de novo
já disse que não aceito
porque mais bêbado do que eu
neste mundo não existe
nenhum outro sujeito

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julho 30, 2015

BAIRRO SUSSUARANA E OS SUSSUS ANCESTRAIS

Filed under: Sem-categoria — valdeck @ 2:44 pm

Duque dos Banzos

sussuarana

Por: Davi Nunes

É difícil seguir o rastro da história depois que a mata foi devastada. Quando a suçuarana já fora extinta no ambiente e tudo virou esgoto e pista. Não é fácil. Mas abstrair o passado e o reconstruir é reviver signos latentes no peito, na conversa com os mais velhos, nos terreiros – templos sempre iluminadores – na transcendência dos tambores, no movimentar periférico afro dos jovens, e colocá-los na vitrine resplandecente do mundo, a escrita. Pelo menos é assim que se explicita na contemporaneidade.  Por isso, o esforço, neste breve ensaio, em colocar ao sol escritural a história do bairro Sussuarana, localizado no centro da península soteropolitana, em Salvador-Ba.

A palavra Sussuarana tem o radical sussu e de acordo com os estudos da etnolinguista Yeda Pessoa de Castro em seu livro Falares Africanos na Bahia (2001) súsu, topônimo da língua Quimbundo, quer dizer algo “que atemoriza”. O…

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abril 9, 2015

Prêmio Galinha Pulando de Literatura completa dez anos

Prêmio Galinha Pulando de Literatura completa dez anos espalhando livros pelo mundo lusófono

Prêmio Galinha Pulando de Literatura completa dez anos espalhando livros pelo mundo lusófono

Mais de 1500 poetas, cronistas, contistas e articulistas de primeira viagem e veteranos já publicaram nas antologias dessa importante iniciativa literária

Nascido do sonho de um poeta que esperou vinte anos por uma promessa de publicação de livro, o concurso literário Galinha Pulando abre portas a iniciantes e profissionais que desejem ter seus textos lançados no mundo lusófono. Valdeck Almeida de Jesus, idealizador e patrocinador do projeto, teve seu primeiro texto publicado na antologia “Poetas Brasileiros de Hoje – 1984”, organizada por Christina Oiticica, esposa de Paulo Coelho. Por conta disso, o Jornal de Jequié fez uma matéria e o prefeito prometeu bancar uma edição da obra literária e, após uma espera inglória, Valdeck desistiu do sonho.

Mas sonho que se sonha só, como disse Raul Seixas, é só um sonho que se sonha só. Em 2005, já morando em Salvador, o poeta resolveu lançar a Antologia Poética Baiana, batizada depois para Prêmio Literário Valdeck Almeida de Jesus. Mesmo nunca tendo recebido qualquer patrocínio ou apoio financeiro, a iniciativa recebeu críticas, igual ao caso do velho, do menino e do burro. Agora a premiação se chama Galinha Pulando e completa dez anos, com mais de 1500 autores lançados no Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, China, Estados Unidos, Suíça, Inglaterra, Romênia, Sérvia, Colômbia, Japão e tantos outros destinos onde haja brasileiro ou falante da língua portuguesa.

Nesses dez anos, o concurso já homenageou Jean Wyllys e Jorge Amado, em edições especiais, além de divulgar artistas plásticos como Nilda Lima, Fábio Haendel, Varenka de Fátima Araújo e Richard Calil Bulos com pinturas que ilustraram capa ou contracapa das edições. Em 2010 o projeto foi citado no livro “Plano Nacional do Livro e Leitura: Textos e Histórias – 2006/2010”, organizado por José Castilho Marques Neto, além da fazer parte de um CD que o Ministério da Cultura distribuiu às bibliotecas e entidades ligadas ao livro e à leitura no país. Além destes destaques, o organizador do certame destaca a participação de jovens e adultos, de todas as idades, do Brasil e do exterior: “os depoimentos de poetas e poetisas, em mensagens de agradecimento e de demonstração de felicidade quando são selecionados me estimulam a seguir adiante, apesar dos percalços e da falta de patrocínio”, declara.

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Organizador – Valdeck Almeida de Jesus (1966) é jornalista, funcionário público, editor, escritor e poeta. Embaixador da Divine Académie Française des Arts, Lettres et Culture, Embaixador Universal da Paz, Membro da Academia de Letras do Brasil (Seccional Suíça), Academia de Letras de Jequié, Academia de Cultura da Bahia, Academia de Letras de Teófilo Otoni, Academia Nevense de Letras, Ciências e Artes – ANELCA, Poetas del Mundo, Fala Escritor, Confraria dos Artistas e Poetas pela Paz, da União Brasileira de Escritores – UBE e União Baiana de Escritores – Ubesc. Publicou “Memorial do Inferno: a saga da família Almeida no Jardim do Éden”,Feitiço contra o feiticeiro”, “Valdeck é Prosa e Vanise é Poesia”, “30 Anos de Poesia”, “Heartache Poems”, ”Yes, I am gay. So, what? – Alice in Wonderland”, “O MST e a Mídia: uma análise do discurso sobre o Movimento dos Sem Terra nos jornais A TARDE online e O Globo online” (co-autor: Jobson Santana), “Poesias ao Vento: Vinte poemas de amor e uma crônica desesperada” (Português e Espanhol), dentre outros, e participa de mais de cem antologias. Site: www.galinhapulando.com

Confira em outras fontes:

http://www.iteia.org.br/jornal/premio-galinha-pulando-de-literatura-completa-dez-anos

http://galinhapulando.com/visualizar.php?idt=4993526

http://www.digestivocultural.com/pressreleases/pressrelease.asp?codigo=3984&titulo=Premio_Galinha_Pulando_de_Literatura_completa_dez_anos

http://www.jornow.com.br/jornow/noticia.php?idempresa=1024&num_release=139503

http://www.difundir.com.br/site/c_mostra_release.php?emp=1024&num_release=139503&ori=V

http://www.brasilwiki.com.br/noticia.php?id_noticia=53553

Literatura Periférica e o lodo no meio do caminho

A questão é: Como ter um plano eficaz e digno sobre o livro e a leitura na cidade, se as iniciativas que já realizam os objetivos dessa projeção não são valorizadas?

Março/2015

Michel Yakini

Na última década os Saraus que acontecem aos montes nas quebradas de Sampa têm firmado ações de incentivo à leitura, livros independentes, práticas educativas, bibliotecas comunitárias e articulações diversas para ampliar o acesso à literatura.

O verbo que ecoa nos becos teima em arrancar os espinhos-invisíveis dos livros. Ações com os Saraus da Cooperifa e do Binho são referências que (re)significaram a decadência dos butecos e consolidaram uma cena literária, inspirando outros arrabaldes sem espaço na vitrine jabá das editoras-empetecadas.

No dia 12 de novembro de 2013, vários coletivos que representam essa cena estiveram no encontro Existe Diálogo em SP- Saraus, com o então secretário municipal de cultura Juca Ferreira. A intenção era diminuir o fosso entre a secretaria e os articuladores/as dessas iniciativas.

Uma carta foi lida e entregue ao secretário e reivindicava, entre outras coisas, a continuação e ampliação do programa “Literatura Periférica – Veia e Ventania nas Bibliotecas de São Paulo”, que é realizado desde 2011, numa parceria entre o Sistema Municipal de Bibliotecas e alguns Saraus. O programa prevê a contratação dos grupos para realizar apresentações e mediação de leitura nos seus respectivos bairros.

Um dos encaminhamentos sugeridos era a criação de um edital público, que pudesse abrir margem para outros coletivos participarem do programa e atender mais regiões e equipamentos culturais para além das bibliotecas.

Somente um ano depois, após pressão realizada pela articulação dos Saraus na Câmara dos Vereadores, foi garantido R$ 1,8 milhões para o “Veia e Ventania”, mas até o momento prevalece o lodo no caminho e nada de edital, contratação ou algo que garanta a continuidade do programa. Crise, cortes e contingenciamentos são a bola da vez na fala emperrada da burocracia para justificar o fato.

Essa indefinição sobre a ampliação e continuidade do Programa “Veia e Ventania”, é incoerente com a elaboração do PMLLLB* (Plano Municipal de Livro, Leitura, Literatura e Biblioteca) na cidade, que vem na linha do Plano Nacional*.

A questão é: Como ter um plano eficaz e digno sobre o livro e a leitura na cidade, se as iniciativas que já realizam os objetivos dessa projeção não são valorizadas?

As quebradas têm intimidade com a palavra não é de hoje. Basta revisitar nossa história, desde os provérbios que sobreviveram nos navios negreiros, na saliva sangrenta que regou as raízes daqui, que versou nos terreiros, na capoeiragem, no samba, na embolada e repente, nos improvisos do hip-hop e nas batalhas de poesia (Slams). Tudo na contramão do serviço público chulézento que vivenciamos.

E mesmo a escrita e a leitura oferecida feito um farelo envenenado, temos uma prosa firmada na Imprensa Negra, no início do século XX, nos cordéis vindos nos paus de araras nordestinos e nas letras de Luiz Gama, Solano Trindade, Carolina de Jesus e da geração Cadernos Negros que demonstram um revide antigo.

Nossa ciranda faz da palavra e do livro um ato de ousadia, de identidade, semeação e horizontes dignos, e isso precisa ser considerado por qualquer lei ou plano que se tenha. Valorizando os ventos antigos, seja por políticas de fomento, incentivos ou premiações, mas sem que prevaleça o ego oficial patenteando o “novo”.

A cultura é (e sempre foi) nosso fio de energia, pois a educação tá planejadinha pra manter um exército de analfabetos, a saúde inala o bolor da urgência marcada pra daqui 5 meses, a habitação se edifica com bombas de gás e reintegração de posse, a segurança segue, protegendo o “cidadão de bem” da “atitude suspeita”, e o casco da nossa indignação inchando… inflamado de tanto pus.

Por isso, é fundamental que a Secretaria de Cultura em São Paulo, em nome do atual secretário Nabil Bonduki articule com mais ação junto aos Saraus de SP, pra amenizar as náuseas de tantas reuniões e reivindicações repetidas e faça valer o que está florido e fértil. Que coloque em prática a promessa-fantasia que deixa um bucado de lodo na sola e dificultam nosso movimento.

Michel Yakini é escritor e produtor cultural.

www.michelyakini.com

*Para saber mais sobre o PNLL (Plano Nacional de Livro e Leitura) clique aqui e leia o artigo do escritor Rodrigo Ciríaco, representante da sociedade civil no Conselho Diretivo do plano.

*Para conhecer a discussão sobre o PMLLLB clique aqui e visite a página do grupo de trabalho.

XIII Parlamento Nacional de Escritores da Colombia abre inscrições

Filed under: literatura — valdeck @ 11:21 am
Valdeck Almeida de Jesus (esquerda_ = Embaixador do Parlamento

Valdeck Almeida de Jesus (esquerda – Embaixador do Parlamento

Está aberta até 12 de junho, a convocatória para escritores e escritoras de qualquer parte do mundo participar do XIII Parlamento Nacional de Escritores da Colômbia ou do Parlamento Jovem, organizados pela Associação de Escritores da Costa. O encontro acontece em Cartagena das Índias, de 11 a 15 de agosto de 2015, com vasta programação que inclui lançamentos de livros, recitais poéticos, leituras de trabalhos literários, bate papos, debates, além de almoços regados a muita alegría, poesia e literatura.  Na edição 2015 a presidência honorária do parlamento está sob os cuidados da escritora Guiomar Cuesta Escobar.

Autores que desejam participar do evento devem apresentar uma proposta de ensaio sobre um dos seguintes temas: obra poético-musical do Maestro José Benito Barros Palomino, influencia de “La Metamorfosis” na narrativa universal, análise da poesía de Giovanni Quessep Esguerra ou estudo sobre a narrativa de Andrés Elías Flórez Brum. Brasileiros podem apresentar trabalhos sobre a literatura do Brasil, obedecidas as regras de tamanho do texto contidas no blog abaixo informado. Para maiores informações, entrar em contato com o poeta e jornalista Valdeck Almeida de Jesus pelo e-mail poeta.baiano@gmail.com. A participação de estrangeiros está sob a coordenação do escritor Antonio Mora Vélez, na condição de Chanceler do Parlamento.

Os textos devem ser enviados de acordo com as regras contidas no formulário contido no link: http://parlamentodeescritores.blogspot.com/2015/02/xiii-parlamento-formulario-2015.html

Antes do encontro de agosto são realizados debates locais e estaduais na Colômbia, e Assembleias Preparatórias em Valledupar, coordenados pelo poeta Álvaro Maestre Castro, em homenagem ao poeta Luis Mizar; Puerto Colômbia, coordenada pela poeta Astrid Sofía Pedraza, em homenagem ao poeta Julio Flórez; Feira Internacional do Livro de Bogotá, coordenada por Marco A. García, gerente da Collage Editores, onde se apresentam livros de Antonio Mora Vélez, Juan Gutiérrez Magallanes, Joce Daniels e o Coletivo Bacachico Letrado de Montería; e em Sahagún, coordenada pelo poeta e pesquisador Julio Sierra Domínguez, em homenagem a Biblioteca Juana Domínguez.

O Parlamento Nacional de Escritores da Colômbia atualmente tem delegados em 18 estados e doze países, e é o evento acadêmico e literário de maior qualidade, maior atração entre os intelectuais do país e que realiza a maior projeção de Cartagena para o mundo. Declarado como de “Interesse Cultural” pelo Conselho de Cultura do Distrito de Cartagena, é cofinanciado pelo Instituto de Patrimônio e Cultura de Cartagena, Ministério da Cultura, Câmara de Comércio de Montería, Corporação Universitária (CECAR), Clube União de Cartagena, Almacén La Finca de Magangue e apoio da Universidade de Cartagena, Universidade Jorge Tadeo Lozano, Collage Editores, Universidade UNICOLOMBO, Instituição Universitária de Artes e Ciências de Bolívar (UNIBAC), Instituição Tecnológica “Colégio Mayor de Bolívar”, Casa Museo “Rafael Nuñez”, Casa de Cultura de Cartagena e Restaurante Las Indias.

Fonte: Iteia

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